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terça-feira, 29 de agosto de 2017

A arte de Caravaggio - A Incredulidade de São Tomé e outros

I. - Caravaggio


Michelangelo Merisi, conhecido como Caravaggio, nasceu em 29 de setembro de 1571, na aldeia que tem esse nome, e faleceu na comuna de Monte Argentario em 18 de julho de 1610. Ele foi um dos mais célebres pintores italianos, e atuou em Roma, Nápoles, Malta e Sicília, entre 1593 e 1610. Seu trabalho exerceu importante influência no estilo barroco, do qual foi o primeiro grande representante.


 selo com o rosto de Caravaggio
foto de wantanddo, shutterstock.com
A maior parte do trabalho de Caravaggio é focado em temas religiosos. No entanto, muitas vezes   as suas pinturas chocavam os seus clientes. Nos seus quadros, em vez de adotar nas suas pinturas belas figuras etéreas, delicadas, ele preferia escolher por entre o povo, modelos humanos tais como prostitutas, crianças de ruas e mendigos, que posavam como personagens para as suas obras. 

Caravaggio procurou a realidade palpável e concreta da representação. Ele não tinha receio de representar a feiura, a deformidade em cenas provocadoras, características essas que distinguem as suas obras. Essa abordagem as vezes chocava seus contemporâneos, pela rudeza das suas pinturas. 

Dos efeitos que Caravaggio dava aos quadros, originou-se o tenebrismo, em que os tons terrosos contrastam com os fortes pontos de luz. Muitas vezes chama-se também de efeito  "chiaro - scuro" (Fonte: Wikipedia)

II. Três Obras de Caravaggio


II.1 - A Incredulidade de São Tomé


A obra descreve o episódio narrado no capítulo 20 de João, em que Jesus Cristo, ressuscitado dos mortos, aparece aos apóstolos e, em especial, a Tomé, que duvidava dos relatos da ressurreição do Mestre, dizendo: "Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o meu dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei?."

Na cena, Cristo diz ao discípulo: "Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente." (fonte: wikipedia)


 quadro a Incredulidade de São Tomé
A Incredulidade de São Tomé, 1599, Palácio de Potsdam


II.2 - A deposição de Cristo


O Sepultamento de Cristo, chamada também de A Deposição de Cristo, é uma das peças-de-altar mais admiradas de Caravaggio e foi pintada em 1603-4 para a segunda capela de Santa Maria in Vallicella (a Chiesa Nuova). Atualmente uma cópia da pintura decora a capela e a original está na Pinacoteca Vaticana. A pintura foi copiada por vários artistas posteriores como Rubens, Fragonard, Géricault e Cézanne. Ela retrata a cena da retirada da cruz e do sepultamento de Jesus.


 quadro a Deposição de Cristo
A deposição de Cristo, 1603-1604, Pinacoteca do Vaticano


Esta pintura da época da Contra Reforma — com uma diagonal de pranteadores e carregadores descendente até o flácido corpo morto de Cristo e a pedra nua — não é um momento de transfiguração, mas de lamento. Conforme os olhos do público vão descendo a partir do brilho, há também um movimento de descida a partir da histeria de Maria de Cleófas passando pelas emoções contidas sobre a morte como o silenciamento emocional final. 

Ao contrário do sanguinolento Jesus pós-crucificação frequente nas mórbidas telas espanholas, os Cristos da arte italiana geralmente morrem sem sangue e seu corpo se posiciona de uma forma desafiadora. Como se enfatizasse a incapacidade do Cristo morto de sentir dor, uma mão penetra na ferida no seu flanco. Seu corpo está representando como o musculoso, cheio de veias e de membros grossos corpo de um trabalhador ao invés do usual corpo esguio. 

Dois homens estão carregando o corpo. João Evangelista, identificado apenas por sua aparência juvenil e seu manto vermelho, segura o Cristo morto sobre seu joelho direito e com seu braço direito, inadvertidamente abrindo-lhe a ferida. Nicodemos agarra-lhe os joelhos com seus pés plantados na beira da laje. Caravaggio balanceou a posição estável, digna, do corpo com os esforços instáveis de seus carregadores. 

Enquanto as faces são importantes para todas as pinturas, nas obras de Caravaggio é sempre importante notar para onde os braços estão apontando. Aqui, o braço caído do Deus morto e seu manto imaculado tocam as pedras; a chorosa Maria de Cleófas gesticula para o céu. Esta seria uma interpretação da mensagem de Cristo: Deus veio à terra e humanidade se reconciliou com o céu. Como sempre, mesmo em suas obras de maior devoção, Caravaggio jamais deixa de lado suas convicções. No centro está Maria Madalena, secando as lágrimas com um lenço branco, com a face encoberta pelas sombras. 

Segundo a tradição, a Virgem Maria é geralmente representada como eternamente jovem, mas aqui, Caravaggio a pinta como uma senhora de idade. A figura da Virgem está também parcialmente encoberta por João; podemos vê-la vestida com o hábito de uma freira e seus braços estão abertos para os lados, imitando a linha da laje de pedra sobre a qual o grupo está. Sua mão direita paira acima da cabeça de Jesus como se ela estivesse se esticando para tocá-lo. Vistas em conjunto, as três mulheres constituem três diferentes expressões complementares do sofrimento. Fonte (Wikipedia)

II.3 - A Ceia de Emaús


Essa pintura reflete também a técnica concebida por Caravaggio, conhecida como tenebrismo, a qual consiste na aplicação de um fundo escuro, muitas vezes completamente negro, e incidência de focos de luz sobre os detalhes e normalmente nos rostos.


 quadro A Ceia de Emaús
A Ceia de Emaús, 1601, Galeria Nacional de Londres


A cena desenrola-se numa modesta casa em Emaús, onde se encontram os discípulos. Reflete o instante no qual Jesus abençoa a refeição, revelando-se aos seus interlocutores os quais  retribuem com expressões de espanto ou choque. Embora Jesus esteja no centro da ação, alvo da atenção e espanto dos três pescadores, Jesus não surge aparentando ser uma divindade, mas sim um conselheiro, como exemplo. (fonte: wikipedia)

III. - Referências


Caravaggio - Wikipedia (Obs: Todo o texto foi compilado da Wikipedia com a finalidade de divulgação cultural)

Arte Cristã: https://arte-crista.blogspot.com.br/2017/01/caravaggio-incredulidade-de-sao-tome.html

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Colônia do Sacramento - Uma cidade portuguesa no Uruguai

I. - Colônia do Sacramento


Colônia do Sacramento é uma pequena cidade no Uruguai que tem origem na antiga cidade de Colônia do Santíssimo Sacramento, fundada em 22 de janeiro de 1680 por Manuel Lobo, então Governador da Capitania Real do Rio de Janeiro, a mando do Império Português. A cidade tem uma história importante na colonização da América do Sul devido a sua localização estratégica. Ela se situa no estuário do Rio da Prata e praticamente de frente para Buenos Aires. A área onde localiza-se a fundação portuguesa faz parte do atual Centro Histórico, reconhecido pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade.


fotografia com vista geral de Colônia del Sacramento
Vista geral de Sacramento, foto historiacomgosto


II. - Histórico


Alguns anos após o Descobrimento do Brasil, uma expedição comandada por Martim Afonso de Sousa chegou com suas caravelas até ao estuário do Rio da Prata, com a missão de colocar marcos de posse portuguesa na margem esquerda da foz daquele rio, tendo, entretanto, sido incapaz de completá-la em razão do naufrágio de sua embarcação.



 Mapa contendo a localização de Colonia del Sacramento na bacia do Prata praticamente em frente de Buenos Aires
Localização de Colônia del Sacramento na Bacia do Prata, fonte: google maps


A Coroa Portuguesa sempre teve interesse em estender as fronteiras meridionais de sua colônia americana até o rio da Prata e então determinou ao governador e capitão-mor da capitania do Rio de Janeiro, D. Manuel Lobo (1678-1679), que fundasse uma fortificação na margem esquerda daquele rio. Desse modo, com o apoio dos comerciantes do Rio de Janeiro, desejosos de consolidar os seus já expressivos negócios com a América Espanhola, a expedição de D. Manuel Lobo fez escala em Santos em fins de 1679 e alcançou a bacia do Prata em Janeiro do ano seguinte. A 22 de Janeiro de 1680, as forças portuguesas iniciaram o estabelecimento da Colônia do Santíssimo Sacramento, em frente a Buenos Aires, na margem oposta. O núcleo desse estabelecimento foi uma fortificação simples, iniciada com planta no formato de um polígono quadrangular.

Portal de Acesso



foto do portal de pedra que dá acesso á Colonia del Sacramento
Portal de Acesso, foto historiacomgosto


A resposta das autoridades espanholas foi imediata: em poucos meses o governador de Buenos Aires, José de Garro, reagiu, e o núcleo português foi conquistado por tropas espanholas e indígenas, na noite de 7 para 8 de Agosto desse mesmo ano, episódio conhecido como Noite Trágica.

Através de negociações diplomáticas, a posse da Colônia foi devolvida a Portugal pelo Tratado Provisional de Lisboa (7 de maio de 1681), pelo qual a Coroa Portuguesa se comprometia a efetuar apenas reparos nas fortificações feitas de terra e erguer abrigos para o pessoal. Ficavam impedidas a construção de novas fortalezas e de edifícios de pedra ou taipa, que caracterizariam uma ocupação permanente.


Dom Manuel Lobo recebeu a ordem de fundação de uma nova colônia em outro local.

A localização estratégica da cidade de colônia é que garantiu à Sacramento se tornar importante ponto comercial, possibilitando trocas mercantis entre as terras americanas das coroas ibéricas. Entre os produtos comercializados, estavam couro, prata, e escravos africanos, que eram vendidos pelos portugueses aos espanhóis, e negociados com Buenos Aires.


A burguesia portuguesa tinha interesse em recuperar o acesso ao contrabando no rio da Prata que era feito através de Sacramento.  Por isso, os portugueses tomaram a região mais duas vezes, até que em 1750 pelo tratado de Madrid, Portugal cedeu Colônia em troca das terras do Rio Grande do Sul. Mas ainda não era o fim do conflito.


foto da muralha de pedras que cerca parte da cidade
muralha, foto historiacomgosto


O problema para Portugal é que a cidadela de Colonia del Sacramento era um território português totalmente isolado e sem conexão com o restante do Brasil. Os espanhóis haviam dominado todas as terras das Missões Jesuíticas até Colônia incluindo toda a área do atual Uruguai. 



Do Tratado de Madrid (1750) ao Tratado de Badajoz (1801)


O Tratado de Madrid, celebrado a 13 de Janeiro de 1750, dispôs que Portugal entregaria a Colônia do Sacramento à Espanha, em troca do recebimento do território dos Sete Povos das Missões. Devido às dificuldades das demarcações e à resistência suscitada pela Guerra Guaranítica (1753-1756), as disposições do Tratado foram anuladas por um novo diploma, o Tratado de El Pardo, celebrado a 12 de Fevereiro de 1761.

Muitos conflitos ainda perduraram até que na Europa, o Tratado de Santo Ildefonso (1777) restabeleceu as linhas gerais do Tratado de Madrid: a Colônia do Sacramento, o território das Missões e parte do atual Rio Grande do Sul eram cedidos à Espanha, que devolvia a ilha de Santa Catarina a Portugal.

Finalmente, o Tratado de Badajoz (1801), assinado entre Portugal e Espanha no contexto das Guerras Napoleônicas, acordou a paz entre os dois países na Europa, mas não ratificou o Tratado de Santo Ildefonso. Portugal permaneceu em poder dos territórios conquistados na América do Sul (as Missões e parte do atual Rio Grande do Sul, conquistado por voluntários, em 1801), fixando a fronteira sul na linha Quaraí-Jaguarão-Chuí.
Vê-se que Portugal vendeu muito caro a Colônia de Sacramento para os espanhóis.

III. - Colônia del Sacramento - cidade histórica



 foto do grande barco chamado Buque Bus que faz o trajeto de  Sacramento para Buenos Aires Devido a sua proximidade com Buenos Aires, Colônia del Sacramento hoje é uma cidade turística e de lazer muito procurada pelos argentinos e os demais visitantes da cidade portenha. Um grande barco chamado "BuqueBus" faz o trajeto entre as duas cidades em torno de 01:20h . Os argentinos tem casas e ocupam a maioria dos hotéis de Colônia nos feriados e no verão aproveitando as suas praias.





Colônia del Sacramento mantém várias das construções do período de colonização e mantém museus que relembram a ocupação tanto por Portugal como pela Espanha. Além disso um pequeno mas muito bom museu de história natural contém vários espécimes de animais da região.  Colônia del Sacramento tem uma população em torno de 26.000 habitantes e o ponto forte de sua economia é o turismo.

Obs: De Montevidéu também pode-se ir a Colônia del Sacramento por carro ou ônibus em uma viagem que leva cerca de 3 horas.  


a) Jardim do Forte



Da fortificação inicial temos hoje apenas o muro de pedras com alguns canhões. Entretanto uma aprazível área verde  constitui um jardim em todo o seu entorno. 

 foto de um banco vazio em pum parque com as árvores sem folhas do semi inverno
Banco vazio em bosque de árvores sem folhas, foto historiacomgosto


b) Praça de entrada - Plaza Mayor


Nesta praça ficam alguns dos marcos mais famosos da cidade, ela é toda margeada por ruas de pedra que remontam ao século XVII. Ela era usada para exercícios militares.

Em torno da Praça temos o Museu Municipal e o Museu Português.  A praça tem sido o centro da cidade desde sua fundação.


 foto da Plaza Mayor
Plaza Mayor, foto historiacomgosto


c) Calle de los Suspiros


"La calle de los suspiros" é conhecida por histórias misteriosas bem conhecidas em todo o Uruguai .


 foto da rua dos Suspiros (Calle de los suspiros)
foto de Olaf Speier em shutterstock.com
  • Uma história afirma que os prisioneiros condenados à morte foram levados para aquela rua onde foram amarrados até serem afogados pela maré alta.
  • Outra afirma que costumava haver muitos bordéis e que os marinheiros locais suspiravam pela amor das mulheres.

  • Outra história diz que uma vez havia uma senhora apaixonada que foi esfaqueada por uma pessoa desconhecida, enquanto ela estava à espera de seu amante. Agora assombra a rua todas as noites de lua cheia

d) Farol e ruínas do Convento de São Francisco


O Farol de Colônia do Sacramento tem sido usado desde o século XIX para auxiliar as embarcações que cruzam o Rio da Prata. Por ser a única construção elevada na área o farol se destaca entre as casas do centro da cidade. É possível subir até o topo da estrutura de 27 metros para apreciar o panorama da cidade e do rio.

Do alto do farol pode-se ver de um lado todo o centro histórico da cidade e do outro a grande imensidão do que separa o país da Argentina. 

A antiga luz vermelha da estrutura foi trocada por uma maior e mais branca. O desenho do farol tem sua base em formato de cubo com a estrutura cilíndrica no topo. 

O farol é de 1857, quando foi construído sobre as ruínas do convento de São Francisco.



foto do farol de Sacramento - Ao subir seus degraus  podemos ver uma bela vista da cidade
Farol, foto historiacomgosto

Convento: 

Um convento franciscano foi construído entre 1683 e 1704 em Colônia, dedicado a São Francisco Xavier. Sofreu um incêndio no final do século XVIII em que foi parcialmente destruído


e) Casa dos Secretários /  Museu Municipal



Construção portuguesa da primeira metade do Século XVIII, modificada no período espanhol. Conhecida como a Casa dos Secretários por sua função original, foi usada como residência posteriormente.

O primeiro museu foi criado no ano de  1951, cujos objetos tem em comúm serem construídos, herdados, descobertos ou utilizados por antepassados da própria comunidade.

Através do acervo, o museu oferece aos visitantes uma visão do seu entorno desde tempos pre-históricos até os dias de hoje.



  foto externa da casa dos secretários ou museu municipal
museu municipal, foto historiacomgosto




foto interna de uma casa com móveis de habitação típica portuguesa    foto de um altar coma Virgem Maria no interior de uma casa

móveis da habitação portuguesa

foto de pássaros no Museu de História Natural   foto do esqueleto de um grande réptil no Museu de História Natural

                              museu de história natural

f) Casario


O casario inclui bons exemplares dos séculos XVII, XVIII e XIX; as casas da época portuguesa caracterizam-se pelas paredes de pedra maciça e pelos telhados de duas ou quatro águas, enquanto que as do período espanhol são de tijolos com tetos planos.   

foto de  casa de pedra
Casario de Pedra, foto historiacomgosto

 foto da rua com muros de pedras  foto de outra casa de pedra



g) Pier / Atracação de barcos



 foto do píer de Sacramento
Píer, foto historiacomgosto


h) Praça das Armas / Restaurantes / Igreja



Restaurantes

Na área da praça das armas existem muitos restaurantes. Um deles é muito enfeitado e chama a atenção que é o "drugstore" que fica na esquina e tem esses carros antigos na frente. Talvez a decoração mais bizarra que já tenha visto. Não combina nada com nada. Além disso a comida não é boa. Procure outras opções.


foto de restaurantes na praça das Armas - em frente tem vários carros antigos.   foto de outros restaurantes an praça das armas com paredes externas coloridas


Basílica del Santíssimo Sacramento


A primeira igreja construída no local data de 1680, ano de fundação da cidade. Devido às diversas lutas e guerras no local a estrutura deteriorou-se e a Igreja foi reconstruída várias vezes. Apesar disso a Basílica del Santíssimo Sacramento é uma das Igrejas mais antigas do Uruguai.


 foto externa da Basílica de Sacramento foto interna da Basilíca de Sacramento


Praça das Armas


A praça de armas é um lugar tranquilo e bem cuidado. Perfeito para uma parada no trajeto por Colônia.  Na praça se encontram as ruínas da Casa dos Governadores portugueses, escavadas na década de 1970.

 foto da praça das Armas com muita grama e árvores
Praça das Armas, foto historiacomgosto


i) Avenida de ligação cidade velha e cidade nova




 foto da avenida de ligação entre cidade velha e cidade nova com alameda de árvores que no momento estava com folhas secas devido ao frio
Avenida de ligação cidade velha e cidade nova, foto historiacomgosto



j) Praça de Toros



Outro dos lugares muito visitados em Colônia é a famosa Plaza de Toros, localizada muito perto do final da Rambla. Trata-se das ruínas de um edifício que no início do século XX era um estádio com capacidade para 10.000 espectadores destinado às corridas de toros. Em 1912 deixou de funcionar devido a uma ordem do governo. Comenta-se na cidade que nenhuma corrida de toros foi realmente realizada na praça.



 foto da antiga praça de toros
Praça de Toros, foto historiacomgosto





k) Igreja de São Bento


Nos arredores da cidade de Colônia encontramos essa pequena Igreja chamada de "Iglesia de São Benito". Ela foi fundada em 1761 quando Cevallos em seu quarto cerco à Colônia mandou seus soldados e índios construirem essa igreja. Ela tinha 22m de comprimento, 8m de largura, e suas paredes tinham 80 cm de espessura. Ela foi inicialmente chamada de Capela de São Carlos, mas logo mudou para Igreja de São Bento.


 foto externa da pequena igreja de São Bento
Igreja de São Bento, foto historiacomgosto

IV - Referências

Colonia del Sacramento - Wikipedia

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

As Livrarias mais bonitas do mundo - Livraria Ateneo Grand Splendid

I.  Buenos Aires e suas Livrarias


A existência de uma livraria bonita e bem frequentada  reflete o zelo e o apreço do povo pela leitura e pelos livros. Em uma era em que tudo está sendo digitalizado para pesquisas por demanda e que vivemos uma espécie de cultura do descartável, a sobrevivência de grandes livrarias está se tornando cada vez mais rara e digna de destaque. 

Buenos Aires foi escolhida pela Unesco como a capital mundial do livro em 2011. Esse título é dado a uma cidade em reconhecimento à qualidade dos programas de promoção do livro e da leitura, e dedicado a toda a indústria do livro.


Segundo o evento/relatório World Cities Culture Forum 2014, Buenos Aires é a cidade do mundo com mais livrarias: tem um total de 734, aproximadamente 25,4 por cada 100.000 habitantes (dados de 2013). O valor é muito superior a cidades como Paris, Londres, Nova Yorque. Nesse número não estão incluídas as Bibliotecas Públicas que tem outro perfil.


Em Buenos Aires temos várias editoras e livrarias famosas como Livraria d'Avila, La Ciudad, Clasica y Moderna, Alberto Casares e El Ateneo.



foto da Fachada da livraria Ateneo
Fachada da El Ateneo,foto de Philip Choi Wikimedia
Um livraria magnífica em Buenos Aires é a "Ateneo Grand Splendid". Ela fica na Avenida Santa Fé, 1860, Barrio Norte. Em 2008 ela foi considerada pelo jornal inglês "The Guardian" como a segunda livraria mais bonita do mundo. 



A Ateneo tem 40 lojas em Buenos Aires e outras localidades.  Outra bem bacana fica na Calle Florida, 340.

II. - A livraria "Ateneo Grand Splendid" 


O edifício foi projetado pelos arquitetos Peró e Torres Armengol para o empresario Max Glücksmann (1875-1946) e aberto como um teatro chamado Gran Splendid, em maio de 1919. O antigo teatro ornamentado foi arrendado pelo Grupo Ilhsa em fevereiro de 2000. A Ilhsa, através da Tematika, possui as livrarias El Ateneo e Yenny (totalizando mais de 40 lojas), bem como o El Ateneo editora.

O edifício em estilo eclético apresenta afrescos no teto, pintado pelo artista italiano Nazareno Orlandi e cariátides esculpidas por Troiano Troiani, cujo trabalho também pode ser visto no "Palacio de la Legislatura de la Ciudad de Buenos Aires".

O teatro tinha uma capacidade de cerca de 1.050 espectadores e teve várias apresentações, incluindo espetáculos de tango feitos por artistas como Carlos Gardel, Francisco Canaro, Roberto Firpo e Ignacio Corsini. Glücksmann começou a sua própria estação de rádio em 1924 (Rádio Splendid) no edifício, onde a sua empresa de gravação, a Nacional Odeón, fez algumas das primeiras gravações dos grandes cantores de tango. No final da década de 1920, o teatro foi convertido em um cinema e em 1929 mostrou os primeiros filmes sonoros apresentados na Argentina.


O edifício foi posteriormente renovado e convertido em uma loja de livros e músicas, sob a direção do arquiteto Fernando Manzone;  o cinema foi removido e em seu lugar prateleiras de livros foram instaladas. Depois de obras de remodelação e com 2.000 m², a El Ateneo Grand Splendid tornou-se a principal loja do grupo e, em 2007, vendeu mais de 700.000 livros; mais de um milhão de pessoas visitam o local anualmente. (Wikipedia)

O edifício atual


foto do salão central visto do pavimento superior
Salão Central


Os livros estão classificados por assuntos  localizando-se os de história, geografia, política, filosofia e artes no salão central. No primeiro piso temos livros técnicos das áreas de engenharia, saúde, etc. No segundo piso temos cd´s, dvd´s,  de música clássica, óperas, ...,.


 foto do salão central com visão do primeiro e segundo piso
Visão do primeiro e segundo piso

Cadeiras estão disponíveis em algumas partes do edifício, incluindo os camarotes do teatro que ainda estão como originais. Neles os clientes podem apreciar os livros antes de comprar. Observam-se pessoas sentadas no chão aguardando sua vez para ocupar um lugar no camarote.


foto da região onde era camarote
camarote

A livraria conta com um espaço inferior onde estão livros infantis. Para esse piso o acesso é feito por escada rolante.


foto com vista geral com a escada de acesso ao piso inferior de livros infantis
vista geral com a escada de acesso ao piso inferior de livros infantis


livros infantis


 foto das prateleiras de livros infantis


café

Também há um café na parte de trás do que foi uma vez o palco. O teto, os entalhes, as cortinas de carmesim do auditório, a iluminação e muitos detalhes arquitetônicos permanecem. Apesar das mudanças, o edifício ainda mantém a sensação de que foi um teatro um dia. 

 foto do Café da livraria situado no palco do antigo Teatro
Café da livraria situado no palco do antigo Teatro

III. - Informação - O Brasil nos livros (O globo - 2014)


O Brasil possui 3.095 livrarias, o que representa, em média, uma para cada 64.954 habitantes, de acordo com a Associação Nacional de Livrarias (ANL). Do total , 55% estão na região Sudeste, 19% no Sul, 16% no Nordeste, 6% no Centro-Oeste (incluindo o Distrito Federal) e 4% no Norte, conforme pesquisa da instituição sobre a localização desses espaços comerciais no país.

Entre as dez cidades com mais livrarias por habitantes estão duas capitais: Belo Horizonte, em primeiro lugar, com uma loja para cada 13.848 habitantes; e Porto Alegre, em quarto lugar, com uma para cada 14.913.

O Rio tem 252 livrarias, o que significa uma a cada 24.865 moradores. São Paulo tem 335, representando uma loja a cada 35.664 pessoas. A Camaçari (BA) coube o pior índice: uma a cada 255.238 habitantes. Foram analisados municípios com população acima de 50 mil habitantes.

Uma boa média considerada pela UNESCO seria uma livraria por 10.000 habitantes. A cidade do Rio de Janeiro tinha em 2011, 296 livrarias em um total de 4,7 por 100.000 habitantes. Em comparação,  Buenos Aires  tinha em 2013, 25,4 livrarias por 100.000 habitantes. 

Venda pela Internet


Grandes varejistas, Saraiva e Livraria Cultura informam que 30% e 23% de seus faturamentos, respectivamente, vêm de vendas pelos sites. A Livraria da Travessa vende pela internet o mesmo que numa de sua lojas físicas. E 70% de seus clientes virtuais vivem fora do eixo Rio-São Paulo.


— A internet é hoje a maior loja da companhia e a tendência é de crescimento, especialmente no Norte e no Nordeste, onde há mais espaço para conquistar novos consumidores — afirma o diretor de negócios digitais da Livraria Cultura, Jonas Ferreira, sem desconsiderar a importância da experiência cultural proporcionada pelas lojas físicas.

stest 


IV. - Referências


Wikipedia - el ateneo grand splendid

Forum  Cultural em cidades do Mundo: https://www.worldcitiescultureforum.com/

O globo - dados do Brasil