Páginas

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Arte Barroca - Igreja e Convento São Francisco em Salvador

1 - Igreja e Convento de São Francisco em Salvador


foto da fachada da Igreja São Francisco - Salvador
                      Vista da Fachada de Igreja São Francisco, foto historiacomgosto


1.1 -  Igreja de São Francisco (Ordem Primeira)


Os primeiros franciscanos chegaram em Salvador em 1587 e instalaram-se em casinhas pequenas, anexas a uma pobre capela dedicada a São Francisco, no local onde hoje está a portaria do Convento. Em 1590, os franciscanos começaram a construção de um pequeno convento. Com o aumento da comunidade franciscana, em 1686 foi lançada a primeira pedra do convento atual. Em 1708 foi colocada a pedra fundamental da Igreja de São Francisco. A Igreja foi inaugurada em 1713 mas a construção  foi concluída em 1723 e processo de decoração durou até 1750;


Considerada uma dos mais marcantes exemplos da arquitetura barroca no Brasil, a Igreja de São Francisco em Salvador, junto com o convento anexo, é um excelente retrato do período onde Salvador era a capital do Brasil. A parte interna da igreja toda revestida de talha dourada, os painéis de azulejo que revestem as paredes de parte da igreja e do convento, e a profusão exuberante de formas arabescas, chamam a atenção pela sua grandiosidade. É um contraste que não se sabe explicar até hoje, com o próprio lema da ordem, que são os votos de pobreza.

1.2 - Arquitetura da Igreja


A igreja conventual é o coração do enorme conjunto monástico de São Francisco. A competição com os jesuítas, que construíram sua própria igreja (hoje a Sé), se evidencia nas fachadas de ambas edificações, erguidas de forma a ficar uma de frente para a outra. 

Em riqueza, o interior da Igreja de São Francisco supera todos os templos de Salvador. 

1.3 - Fachada 


A boa proporção da fachada é mais característica do século XVII do que do século XVIII.


Desenho colorido da Igreja São Francisco em Salvador
Desenho de Pablo de la Riestra -
 Caderno de Viagem  
Duas torres em alvenaria caiadas, limitadas por pilastras em pedra natural, marcam a parte central, inteiramente feita em arenito lavrado. As pirâmides que arremetam as torres recordam o portugal seiscentista, mas o frontão muito agitado e curvilíneo tem ascendência alemã motivo utilizado pela primeira vez no Bfrasil na igreja franciscana do Cairu. As janelas do piso principal terminam em frontões cortados por volutas.

(caderno de viagem, Salvador, Pablo de la Riestra)


1.4 - Interior


No interior as três naves com braços de pseudo transepto (parte transversal que forma uma cruz)  fascinam, com entalhes dourados em todas as superfícies. 

 foto da parte interna da Igreja com entalhes dourados no teto e nas laterais
             Visão geral Igreja São Francisco - foto de @Rosino / wikimedia commons


1.5 - Altar e Crucifixo


Na capela-mor se destaca o importante grupo escultórico do altar-mor, que ilustra a aparição do Cristo estigmatizado para São Francisco. É produção moderna, de dimensões acima do natural, inspirada em tela de Bartolomé Murillo, célebre pintor espanhol. Foi talhado e instalado em 1930 pelo baiano Pedro Ferreira seguindo a estética e as técnicas barrocas, sob encomenda do conselheiro Francisco da Silva Pedreira. Antes de ser entronizado, o conjunto foi exposto em uma galeria de Salvador, atraindo grande público e despertando elogios generalizados, inclusive de mestres da Escola de Belas Artes


foto do altar da Igreja  foto do crucifixo com São Francisco aos pés de Jesus Cristo


1.6 - Nave Principal


 foto da Nave Principal da Igreja
                                Nave principal Igreja - foto de R.M. Nunes

1.7 - Naves laterais


As naves laterais se dispõem em tramos abobadados em aresta.


 foto do interior com vista para as laterais
                              Vista para as naves laterais, foto historiacomgosto


1.8 - Teto da Nave / Coro



O forro de madeira apresenta formas geométricas (estrelas, losangos e octõgonos), emoldurando cenas da vida de Maria.

foto do teto da Nave
O teto da nave possui pinturas sobre o ciclo mariano atribuídas por Augusto Telles ao frei Jerônimo da Graça, realizadas entre 1733 e 1737. O cadeiral entalhado do coro e a estante para o missal, bem como as grades entre as capelas secundárias, são obra do frei Luís de Jesus, conhecido como "irmão Torneiro", e são os elementos decorativos mais antigos da igreja, datando do século XVII, reaproveitados da primeira igreja edificada no local. Sobre o parapeito do coro existe ainda um rico oratório com um crucifixo e dez pequenos nichos para relíquias de vários santos, entre elas um crânio de um mártir não identificado, a quem se atribuiu o nome de São Fidélis Mártir, doado pelo papa Inocêncio XII.


1.9 - Capela de São Francisco / Entrada lateral



foto da capela de São francisco - Entrada lateral
Entrada Lateral
 foto do altar da capela
Capela de São Francisco


1.10 - Sacristia




 foto da sacristia com os pesados móveis marrons
              Sacristia da Igreja São Francisco - Ordem Primeira, foto historiacomgosto


A sacristia propriamente dita possui um grande arcaz em madeira entalhada, obra do irmão Torneiro, com pinturas sobre pequenas placas de cobre encaixadas em nichos, mostrando cenas da vida de São Francisco. Sobre o móvel, junto ao teto, está uma série de pinturas de Bartolomeu Antunes com a mesma temática, motivo que se repete nas pinturas do teto, emolduradas por caixotões. Dividindo o arcaz ao meio, se ergue um grande altar dourado com um crucifixo em marfim.

2 - Convento


O convento, ainda em uso, com dezenas de celas, foi construído em torno de um claustro quadrado, tem um sub-solo e dois pavimentos sobre o nível da rua. O modelo se inspira nos claustros portugueses do século XVI. Sua decoração mostra ricos painéis de azulejo, parte deles criada por Bartolomeu de Jesus em meados do século XVIII, e que mostram cenas e inscrições moralistas diversas, retiradas do livro Teatro Moral da Vida Humana e de toda a Filosofia dos Antigos e Modernos, ilustrado com estampas de Otto van Veen, que foi mestre de Peter Rubens.    

2.1 - Portaria


A portaria que dá acesso ao convento possui importante pintura no teto atribuída a José Joaquim da Rocha, onde se representa uma aula magna universitária em que se debate o privilégio da isenção da Virgem Maria do pecado original, uma cena povoada por vários santos, prelados e figuras alegóricas dos quatro continentes, além de um altar entalhado, azulejos pintados nas paredes com cenas da vida monástica e painéis com retratos de santos franciscanos.


 foto do teto da portaria do Convento
                           Teto da Portaria do Convento, foto historiacomgosto


2.2 - Claustro



foto do Claustro do Convento
                                     Claustro, foto historiacomgosto


O convento, ainda em uso, com dezenas de celas, foi construído em torno de um claustro quadrado, tem um sub-solo e dois pavimentos sobre o nível da rua. O nível superior possui um passeio aberto em forma de galeria com vigamento aparente e coberto por telhas, e os níveis inferiores sãoabobadados e arcados. O modelo se inspira nos claustros portugueses do século XVI. Sua decoração mostra ricos painéis de azulejo, parte deles criada por Bartolomeu de Jesus em meados do século XVIII, e que mostram cenas e inscrições moralistas diversas, retiradas do livro Teatro Moral da Vida Humana e de toda a Filosofia dos Antigos e Modernos, ilustrado com estampas de Otto van Veen, que foi mestre de Peter Rubens.

Azulejos



foto de azulejos portugueses de uma parede do Claustro   foto de azulejos de outra parede do Claustro com cenas moralistas do livro teatro Moral da Vida Humana


2.3 - Sala do Capítulo


O que é Sala do Capitulo


A Sala do Capítulo é um salão encontrado em mosteiros, conventos, colegiadas ou catedrais onde era realizado o capítulo, ou seja, as reuniões entre os monges oucónegos com os seus superiores, como abades, priores ou deões. Nestas assembleias podiam ser discutidas tanto as regras da ordem como questões relacionadas com a administração do mosteiro.

Nos mosteiros, as salas do capítulo eram frequentemente de nobre arquitetura e encontravam-se junto aos claustros.

A sala do capitulo da Igreja de São Francisco


No convento São Francisco essa sala  tem o teto decorado com uma grande série de pinturas em caixotões que representam virgens mártires,  um imponente altar dedicado a Nossa Senhora da Saúde, azulejaria pintada e oito painéis   com temática retirada do ciclo mariano.  




 foto da Sala do Capítulo da Igreja de São Francisco
                                   Sala do Capítulo, foto historiacomgosto


3. - Importância Histórica / Contraste Franciscano


O conjunto, especialmente pela riqueza da igreja, é considerado como uma das mais espetaculares expressões do Barroco no Brasil, tendo sido tombado pelo IPHAN em 1985. Também foi eleito uma das 7 Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo.

Mesmo que a suntuosidade fosse uma característica comum dos templos barrocos, a riqueza extraordinária da igreja levantou questionamentos desde o início. No século XVIII capuchinhos italianos, e no século XIX franciscanos alemães também protestaram, contra suntuosidade e propuseram eliminar o ouro da igreja mas a medida não encontrou receptividade.

O Contraste 

Contrastando com o luxo dos edifícios, a vida monástica que se desenvolve hoje no convento é marcada pela austeridade. Os frades seguem o voto de pobreza, dedicam-se à oração e às obras pias e, segundo disse o frei Hugo Fragoso, "a vivência pessoal dos religiosos sempre foi pobre...",.  A cada reforma católica, há uma tentativa de resgate da maneira de viver de Francisco de Assis, com a substituição de algumas casas suntuosas por eremitérios. O mobiliário das celas dos frades se resume em uma cama, um armário e uma escrivaninha.

4. - Referências


- Texto resumido da Wikipedia: Igreja e Convento São Francisco em Salvador.
- Caderno de Viagem - SALVADOR, Pablo de la Riestra 
- Fotos Wikimedia Commons - Visão Geral (@Rosino)  e Shutterstock.com Nave Principal (@R.M.Nunes)
- Fotos HistoriacomGosto, quando não especificado autoria.



terça-feira, 28 de junho de 2016

Pós-Impressionismo I - Paul Cézanne

1. - O pós-impressionismo


 quadro mesa de cozinha - apresenta uma cesta com muitas frutas em  um canto da mesa e bule e xícara de café com outras frutas soltas no centro. O quadro tem um tom azul e amarelo.
         Mesa da Cozinha - Paul Cézanne, 1888-1890 - Musée d'Orsay, Paris


O pós-impressionismo foi a expressão artística utilizada para definir a pintura e, posteriormente, a escultura no final do impressionismo, por volta de 1885, marcando também o início do cubismo, já no início do século XX.

O pós-impressionismo designa-se por um grupo de artistas e de movimentos diversos onde se seguiram as suas tendências para encontrar novos caminhos para a pintura. Estes, acentuaram a pintura nos seus valores específicos – a cor e bidimensionalidade.

A maioria de seus artistas iniciou-se como impressionista, partindo daí para diversas tendências distintas. Chamavam-se genericamente pós-impressionistas os artistas que não mais representavam fielmente os preceitos originais do impressionismo, ainda que não tenham se afastado muito dele ou estejam agrupados formalmente em novos grupos.

Sentindo-se limitados e insatisfeitos pelo estilo impressionista, alguns jovens artistas queriam ir mais além, ultrapassar a Revolução de Monet. Aí se encontra a gênese do novo movimento, que não buscava destruir os valores do grande mestre, e sim aprimorá-los.

Movimentos impressionistas como o Pontilhismo ou o Divisionismo nunca são chamados pós-impressionistas mas sim de neo-impressionistas. 

Os expoentes do pós-impressionismo são Van-Gogh, Paul Gauguin e Paul Cézanne.

2. - Paul Cézanne


 foto preto e branco de Paul Cézanne
Paul Cézanne foi um pintor pós-impressionista francês, cujo trabalho forneceu as bases da transição das concepções do fazer artístico do século XIX para a arte radicalmente inovadora do século XX. Ele  nasceu em Aix-en-Provence, 19 de janeiro de 1839 e faleceu no mesmo lugar(Aix-en-Provence) em 22 de outubro de 1906). 

Cézanne pode ser considerado como a ponte entre o impressionismo do final do século XIX e o cubismo do início do século XX. A frase atribuída a Matisse e a Picasso, de que Cézanne "é o pai de todos nós", deve ser levada em conta.

Após uma fase inicial dedicada aos temas dramáticos e grandiloquentes próprios da escola romântica, Paul Cézanne criou um estilo próprio, influenciado por Delacroix. Introduziu nas suas obras distorções formais e alterações de perspectiva em benefício da composição ou para ressaltar o volume e peso dos objetos. Concebeu a cor de um modo sem precedentes, definindo diferentes volumes que foram essenciais para suas composições únicas.

Cézanne não se subordinava às leis da perspectiva e sim, as modificava. A sua concepção da composição era arquitetônica; segundo as suas próprias palavras, o seu próprio estilo consistia em ver a natureza segundo as suas formas fundamentais: a esfera, o cilindro e o cone. Cézanne preocupava-se mais com a captação destas formas do que com a representação do ambiente atmosférico. Não é difícil ver nesta atitude uma reação de carácter intelectual contra o gozo puramente colorido do impressionismo.

A Complexidade de Cézanne

Cézanne era filho ilegítimo de um pai rico e autoritário. Esse fato o perseguiu por toda a vida

Cézanne tinha uma personalidade complexa com grandes momentos de depressão. Era desesperado por ser aceito na elite artística de Paris. Ele voltou para sua cidade Aix-en-Provence onde isolou-se e fez muitos trabalhos. Mais tarde, em 1862 ele retornou à Paris para viver como artista.

Suas naturezas mortas são grandiosas pela espontaneidade dos tons. Com o tempo sua pintura tornou-se simplificada ao ponto de ser reduzida a limites quase geométricos, quase cubistas, conseguindo efeitos de perspectiva apenas pelo uso da cor.

Cézane levou tempo para ser aceito e reconhecido no mundo das artes, e quase nada vendeu em vida. Podemos dizer que o  seu reconhecimento pleno só veio após a sua morte.  
(fonte: Blog das Artes - Taís Luso                              https://taislc.blogspot.com.br/2011/03/paul-cezanne.html)

Natureza Morta

Cézanne cultivava sobretudo a paisagem e a representação de naturezas mortas, mas também pintou figuras humanas em grupo e retratos. Antes de começar as suas paisagens estudava-as e analisava os seus valores plásticos, reduzindo-as depois a diferentes volumes e planos que traçava à base de pinceladas paralelas. 

Nas suas numerosas pinturas de "natureza morta", tipicamente compostas por maçãs, levava a cabo uma exploração formal exaustiva que é a terra fecunda de onde surgirá o cubismo poucos anos mais tarde. 

Entre as representações de grupos humanos, são muito apreciadas as suas cinco versões de Os Jogadores de Cartas. A Mulher com Cafeteira, pela sua estrutura monumental e serena, marca o grande momento classicista de Cézanne.

3. - Obras de Cézzanne


3.1 - Natureza Morta - "Maçãs e Laranjas" (1899)


 quadro natureza morta - maçãs e laranjas - o quadro tem um tom e fundo avermelhado
              Maçãs e laranjas - Paul Cézanne - Musée d'Orsay, Paris


Apesar de Cézanne ter pintado quadros de "natureza morta" desde o início de sua carreira, foi na maturidade que este gênero tornou-se uma parte essencial de seu trabalho, como nesse quadro "maçãs e laranjas" .

O quadro é parte de uma série de seis "naturezas mortas" executado em 1899, no estúdio de Cézanne em Paris. Encontramos de fato nesses quadros, os mesmos acessórios: pratos de faiança, jarros com decoração floral. Seu princípio de composição também é semelhante com uma tapeçaria fechando a perspectiva, recordando as pinturas Flamencas do século XVII. Mas o efeito dinâmico criado por uma construção espacial complexa e uma percepção subjetiva dos objetos destacam a abordagem essencialmente pictórica de Cézanne.

Com esta linguagem visual de grande rigor, Cézanne renova profundamente um gênero tradicional de pintura francesa desde Chardin. A modernidade e suntuosidade de "maçãs e laranjas" lhe tornam a obra mais importante do artista na década de 1890.

(Comentário: Museu d'Orsay)

3.2 - Os Jogadores de Cartas


 quadro jogadores de cartas - mostra dois homens sentados de frente u mpara o outro com uma pequena mesa os separando. Os homens estão de casaco e um deles usa chapéu
          Os jogadores de cartas - Paul Cézanne - Musée d'Orsay, Paris

Cézanne tinha certamente visto "Os Cardplayers" (Os jogadores de cartas), atribuída aos irmãos Le Nain, no museu em Aix-en-Provence, sua cidade natal. Durante os anos 1890, o artista abordou este tema de inspiração Caravaggiana em muitas ocasiões, e deu uma gravidade excepcional para o confronto. Cézanne substitui gestos sutis e olhares com números e caracteres volumosos em concentração silenciosa. 

O frasco, com o jogo de luz sobre ele, forma o eixo central da composição. Ele separa o espaço em duas áreas simétricas, acentuando a oposição dos jogadores. As letras são supostamente camponeses Cézanne costumava ver na propriedade de seu pai em Jas de Bouffan, nos arredores de Aix. O homem que fuma o tubo foi identificado como "père Alexandre", o jardineiro lá. 

Das cinco pinturas sobre este assunto, esta é uma das mais livre. Aqui, tudo vem junto para dar um aspecto monumental para a composição, ajudado pela gama de cores maravilhosamente harmonizadas. 

A recorrência dos jogadores de cartas na arte de Cézanne em seus últimos anos tem dado origem a uma interpretação interessante: fazer o confronto dos dois jogadores simboliza  a luta que o artista tinha na obtenção de seu pai de reconhecer sua pintura, aqui representada pelo "cartão de jogo"?
(Comentário: Museu d'Orsay)

3.3 - Outras obras de Cézzanne


a) Mont Sainte Victoire  

O Monte Santa-Vitória é uma montanha no sul da França, com vista para Aix-en-Provence. Ele tornou-se o tema de uma série de pinturas de Cézanne.

Apenas seis meses após a abertura da linha férrea de Aix-Marseille em 15 de Outubro de 1877, em uma carta a Émile Zola de 14 de abril de 1878, Cézanne elogiou o Mont Sainte-Victoire, que ele via do trem ao passar através da linha férrea como um "belo motivo", e, por isso, no mesmo ano, ele começou a série de pinturas sobre essa montanha.

Nestas pinturas, Cézanne  algumas vezes incluiu a ponte ferroviária na linha de Aix-Marseille no vale do rio Arc, no centro e no lado direito da imagem. 

Estas pinturas pertencem a Pós-impressionismo. Cézanne é hábil em análise: ele usa a geometria para descrever a natureza, e usa diferentes cores para representar a profundidade dos objetos. Cézanne pintou cerca de 16 diferentes visões do Monte Vitória. 

 quadro Monte Santa Vitória visto do estúdio de Cezanne que fica em Aix en Provence. AO fundo vê-se o vale, uma ponte e o monte Santa Vitória
        Mont Sainte-Victoire and the Viaduct of the Arc River Valley, 1885-87, MAM, New York


- Figuras Humanas 

Existem três versões para o Arlequim e quatro para o homem com cahimbo.

b) Arlequim


Paul Cézanne pintou quatro obras com temas "Commedia dell'Arte" entre 1888 e 1890, três Harlequins isolados, dos quais o trabalho abaixo é o maior, e uma cena do carnaval com Arlequim e Pierrot. 

O artista esboçou seu filho em um traje Harlequin no final de 1888, ao mudar-se para Paris, onde festividades do carnaval eram populares durante todo o século 19. Seu interesse foi reforçado, no final de 1890, quando ele retornou à sua cidade natal, Aix, onde o Carnaval tinha sido recentemente revivido. Análise: The Art Institut of Chicago


  quadro O Arlequim ostra um jovem fantasiado de Arlequim com roupa xadrez vermelho e preto
Arlequim 1889-1890, Galeria Nacional, Washington

c) Homem com Cachimbo

Homem que fuma um cachimbo é um dos vários retratos impressionistas pintados por Cézanne de fumantes de cachimbo, principalmente com os camponeses (nomeadamente "le pere Alexandre e Paulin Paulet", ambos os quais aparecem em Os jogadores de cartas , Musee d'Orsay) que trabalhavam na propriedade Cezanne conhecido como Le Jas de Bouffan.

O mais famoso deles são: Homem que fuma cachimbo (1890-2, Hermitage, São Petersburgo); O fumador (1891-2, Stadtische Kunstshalle, Mannheim); Homem com Cachimbo (1892, Courtauld Gallery, Londres); e Homem que fuma um cachimbo (1902) Museu Pushkin de Belas Artes de Moscou. Além disso, Cezanne completou um famoso desenho a lápis direito inclinada Smoker (1891, Barnes Foundation). 

Cézanne pintou três versões do Paulin Paulet apoiado no cotovelo, fumando um pequeno cachimbo de barro branco. Aqui, ele está sentado na cozinha de Jas de Bouffan, inclinando-se sobre uma mesa coberta na toalha marrom vista em "Os jogadores de cartão (Museu de Orsay)" - uma pintura na qual ele também aparece. Cezanne dá a ele, uma pose sólida calma, desprovida de qualquer gesto ou expressão, o que lhe confere uma certa seriedade. Uma pequena vida ainda arranjo, que consiste em algumas frutas e duas garrafas de vinho, pode ser visto atrás de seu cotovelo. O chapéu é empurrado para trás em sua cabeça e seu terno foi pintado em tons de cinza. Talvez por causa dessas cinzas claros, bem como os azuis e dourados no resto do quadro, o trabalho parece muito menos sombria do que o retrato de Paulin em The Smoker (1891-2) em Mannheim. 

Seja qual for o caso, sua imobilidade e sua falta de expressão confere uma intemporal, qualidade tranquilo para essas composições, sem dúvida refletindo as rotinas invariáveis ​​da vida provincial.

Análise: https://www.visual-arts-cork.com/paintings-analysis/man-smoking-pipe-cezanne.htm


 quadro Homem com Cachimbo          
Homem com Cachimbo,1890, Museu Hermitage



d) Moutnnt Sainte-Victoire - A última pintura de Cézanne

Mais uma das inúmeras versões do Monte Vitória pintadas por Cézanne.


 Vista do Monte Santa Vitória agora introduzindo traços geométricos. As pinceladas são como um monte de traços com pequenos retângulos de diferentes cores e tonalidades formando o objeto
Mount Saint-Victoire - Paul Cézanne, 1904-1906 - Coleção Particular

4. Referências


- Site do Museé d'Orsay

- Wikipedia - Paul Cézanne - Português / Inglês / Francês

- List of Paintings by Paul Cézanne - wikipedia em inglês.

- Homem com Cachimbo - https://www.visual-arts-cork.com/paintings-analysis/man-smoking-pipe-cezanne.htm

- The Art Institut of Chicago -https://www.artic.edu/aic/collections/exhibitions/Harlequin/Cezanne-Harlequin

- Cézanne - Natalia Brodskaya (e-livro na google)

- Blog das Artes, Taís Luso de Carvalho; https://taislc.blogspot.com.br/2011/03/paul-cezanne.html

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Salas de Espetáculos V - Teatro Mariinsky, São Petersburgo

I - O Teatro Mariinsky


O Teatro Mariinskiy é um teatro histórico, de ópera e balé, localizado na cidade russa de São Petersburgo. 

Inaugurado em 1860, tornou-se o teatro russo mais proeminente na área musical durante o século XIX, palco da estreia de muitas obras-primas de Tchaikovsky, Mussorgsky, e Rimsky-Korsakov. 

Atualmente a direção geral está sob a responsabilidade do maestro Valery Gergiev.


foto da fachada esverdeada com arcos e colunas brancas do Teatro Mariinsky em São Petersburgo
                 fachada do Teatro Mariinsky - foto de irisphoto1 / Shutterstock.com


II - Histórico do Teatro


O teatro imperial da ópera e do ballet em São Petesburgo foi estabelecido em 1783 no mandato de Catarina, A Grande. Originalmente as performances de ballet e ópera eram realizadas no Teatro Karl Knipper em Tsaritsa Meador. O Teatro Hermitage, ao lado do Palácio de Inverno, foi usado como lugar para performances para o público da elite, convidados aristocráticos da Imperatriz.



pintura / foto(?) Imperatriz Maria Alexandrovna
Um teatro permanente foi construido para a nova companhia de ópera e ballet e foi desenhado por Antonio Rinaldi e aberto em 1783. Conhecido como Teatro Imperial Bolshoi Kamenny, era situado na Praça do Teatro. Em 1836, o teatro foi redesenhado pelo arquiteto Albert Cavo (filho de Catterino Cavos, um compositor de óperas) e serviu como o teatro principal do Ballet Imperial e para ópera. No dia 29 de Janeiro de 1849 foi inaugurado. Tinha o dobro do tamanho do antigo teatro. E a estrutura tinha o estilo neo-bizantino. Dez anos depois foi reconstruído por Cavos, tinha a capacidade de 1.625 espectadores e um estilo italiano. O teatro foi, novamente, reaberto dia 2 de Outubro de 1860 com a performance de "Uma vida pelo Czar", de Mikhail Glinka. O novo teatro foi nomeado Mariinsky pela imperatriz Maria Alexandrovna.


III - A arquitetura do teatro


III.1 -  A Fachada


A maior parte dos adornos da fachada neorrenascentista foi acrescentada na reforma de 1883 a 1886 por Viktor Schroter.

foto da Fachada / Entrada Principal do teatro Mariinsky
                      Fachada do Teatro MAriinsky - foto de Ovchinnikova Irina / Shutterstock.com


III.2 -  O Palco

Cortina Atual


Desenhada em 1914 por Aleksandr Golovin quando o ballet russo vivia sua fase áurea, essa cortina exuberante já revelou inúmeros bailarinos mundialmente famosos.


foto da parte interna mostrando o auditório, palco e a cortina atual em 2014


- Cortina na época do Império



pintura / foto (?) da cortina na época do império

- O Teto


O teto do Teatro foi criado e executado pelo artista italiano Enrico Franchioli em 1856. Ele é decorado com bailarinas e cupidos.

foto do teto mostrando o lustre simples e pintura com bailarinas e cupidos


- O Foyer


"Foyer" significa salão, nos teatros, onde os espectadores aguardam o início de uma apresentação, ou tomam drinques etc. nos intervalos.


foto do Foyer = Salão de espera, café, intervalo


O do Teatro Mariinsky não é dos maiores mas é muito charmoso.


- Os Camarotes e Platéia

O Mariinsky não é um teatro grande. Com uma capacidade de 1625 lugares ele tem também apenas 4 níveis de camarotes. 


foto dos camarotes e platéia antes de começar o espetáculo




III - O Corpo de Ballet Mariinsky  


Nomeado no início como Teatro e Corpo de Baile Mariinsky, no período da revolução comunista o Teatro foi renomeado de teatro e corpo de baile Kyrov em homenagem a um membro renomado do partido de nome Kyrov.

Tendo produzido desde o início bailarinos muito talentosos, no período comunista não foi diferente. O povo identificou na dança uma forma de expressão e liberdade de criação proibida em qualquer outra atividade. Para o partido a existência de execelência nessa área artística era uma forma de afirmação da potência e superioridade do regime. 

Grandes Talentos surgidos no Corpo de Ballet do Mariinsky em São Petersburgo

Bailarinos: Waslav Nijinsky(12/03/1889 a 08/04/1950), Rudolf Nureyev (17/03/38-06/01/93), Mikhail Baryshnikov (27/01/48) entre  os homens. 

Bailarinas: Anna Pavlova (31/01/1881 a 23/01/1931), Svetlana Zakharova ( 10/06/79) e Ulyana Lopatkina (23/10/73)

Os exemplos acima são algumas das maiores referências mundiais da dança. Nureyev e Baryshnikov pediram asilo no ocidente algum tempo depois de sua fama e durante apresentações do grupo no exterior. 



IV - Exemplos de Grandes Apresentações do Mariinsky


a) A Morte do Cisne - Ballet Mariinsky - Ulyana Lopatkina



O Lago dos Cisnes é um balé dramático em quatro atos do compositor russo Tchaikovsky que estreiou em fevereiro de 1877 no Teatro Bolshoi em Moscou. Em 15 de janeiro de 1895 foi apresentada para a Corte Imperial no Teatro Mariinsky em São Petersburgo. 

O cenário, inicialmente em dois atos, foi formado a partir de contos populares russos  e conta a história de Odette, uma princesa transformada em um cisne pela maldição de um feiticeiro mau.

A primeira apresentação foi um fracasso devido à má-interpretação dos bailarinos e da orquestra, e também à pobreza do figurino. Como Tchaikovsky morreu em 1893 ele não viu uma segunda montagem da sua peça que viria a se transformar em uma das mais famosas de todos os tempos.

b) - Quebra-Nozes - Valsa das Flores




O Quebra-nozes é o segundo dos três balés, compostos por Tchaikovsky. Sua primeira apresentação foi em 18 de dezembro de 1892 no Teatro Mariinsky.

O ballet conta uma história em que a fantasia e magia, típicas do romantismo, contam as aventuras de um quebra-nozes de aparência humana, vestido como um soldado, mas que tem as pernas e a cabeça de tamanho desmensurado. 

A terceira peça de balé de autoria de Tchaikovsky é a "Bela Adormecida".


c) Ópera - Boris Godunov


Boris Godunov é uma ópera de Modest Mussorgsky, baseada no drama homônimo de Alexandre Pushkin, escritor e poeta russo. Estreou aos 27 de janeiro de 1874 no Teatro Mariinsky, em São Petersburgo.

A ópera narra algumas passagens da história do czar Bóris Godunov, e a luta entre o povo russo e o povo polonês.



 

VI - Referências


- Teatro Mariinsky - Wikipedia em português e inglês
- Site oficial Teatro Mariinsky
- Guia Visual Folha de São Paulo
- Youtube: O Lago dos Cisnes / O Quebra Nozes / Boris Godunov

terça-feira, 21 de junho de 2016

A cidade subterrânea de Derinkuyu, Capadócia, Turquia

I - A Capadócia


A Capadócia é uma região histórica da Turquia que fica na Anatólia Central, em uma área que era cruzamento de rotas comerciais entre a região oriental e as cidades litorâneas de Izmir, Pamukale e Éfesos. Essa rota, desde os tempos antigos, foi utilizada pelos mercadores para comercializar produtos e especiarias do oriente e em seguida revender para a Europa. O porto utilizado era o de Èfesos e através do Mar Egeu e  Mar Mediterrâneo as mercadorias seguiam para a Grécia, Itália, ...,. 


fotografia com uma visão geral do Vale de Goreme na Capadócia
Visão geral da Capadócia, vale de Goreme, foto historiacomgosto


II - Rochas Esculpidas / Chaminés de Fadas


A Capadócia situa-se no encontro de duas placas tectônicas onde  no passado, entre 30 e 60 milhões de anos, formou-se uma série de vulcões que provocaram uma enxurrada de cinzas e lava por toda a região. Com o passar do tempo, a influência dos ventos e rios provocou uma erosão nas pedras, deixando exposta toda uma série de formações geológicas diferenciadas. Vendo que essas pedras tinham fácil manuseio, o homem passou a escavá-las e a construir moradias nas próprias pedras.


fotografia das chaminés das fadas
Capadócia, foto historiacomgosto


O ponto de entrada para essa região pode ser por Nevsehir ou Kayseri, as quais tem voos regulares para Istambul.  Nevsehir é a capital da Capadócia e o ponto  mais fácil de acesso aos lugares de interesse. Ela  é formada por oito distritos: Nevesehir (distrito central) , Avanos, Urgup, Gulsehir, Derinkuyu, Acigol, Kosak e Hacibsktas.

A parte mais conhecida da Capadócia é a região de Goreme,  com o museu a céu aberto mostrando um gande número de igrejas e moradias escavadas nas pedras. Goreme é um vilarejo de cerca de 12.000 habitantes e faz parte do distrito central de Nevsehir. Goreme é um dos pontos mais indicado para permanencia e hospedagem.


print screen do mapa da região de Goreme
Mapa da Região de Goreme - Wikipedia

Posteriormente  vamos fazer um post específico sobre Goreme e o museu a céu aberto.

III - Urgup / Ortahisar


Ortahisar é um município da região histórica e turística da Capadócia, pertencente ao distrito de Ürgüp, na província de Nevşehir, na região administrativa da Anatólia Central, Turquia. Em 2000 a sua população era de 3 484 habitantes.

foto da vila de Ortahisar com muitas casas cosntruídas nas pedras
Ortahisar, exemplo de moradias escavadas nas rochas, foto historiacomgosto


A principal atração da vila é o seu "castelo", na realidade um enorme rochedo natural, com cerca de 90 m de altura, com grutas naturais e artificiais, onde algumas delas ainda são usadas para habitação humana.


casas esculpidas nas pedras


outra foto de casas esculpidas nas rochs de Ortahisar
casas nas pedras, foto historiacomgosto


As numerosas cavernas naturais e artificiais usadas como casas não se limitam ao rochedo do castelo. Essas construções trogloditas foram usados pelo menos desde os primeiros tempos do Cristianismo para refúgio das frequentes perseguições e invasões a que a região esteve sujeita   e supõe-se que possam remontar ao período hitita, no 1º ou 2º milénio a.C. 

II - A Cidade Subterrânea de Derinkuyu


A cidade subterrânea de Derinkuyu foi descoberta por acaso em 1963. Conta-se que o proprietário de uma casa escavada na pedra queria fazer uma modificação e nesse processo deu de cara com uma sequência de salas e túneis que depois de exploradas confirmou-se ser uma cidade subterrânea. Ela foi adequada e aberta ao público no ano de 1965 e desde então constitue-se em uma das grandes atrações turísticas da região. 

A origem exata dessa cidade entretanto é controversa, alguns arqueólogos datam suas origens por volta do ano 4 000 a.C., outros defendem que suas origens são ainda mais remotas, por volta do ano 9 000 a.C., embora a datação por carbono-14 realizada em esqueletos do cemitério paleocristão situado nessa cidade datam do ano 1 800 a.C.. 

Estima-se que a cidade começou a ser abandonada por completo por volta do século VIII.

Acredita-se que os Hititas, os Romanos, os Bizantinos e até os Proto-Hititas viveram nessa cidade. 


placa de entrada para Derinkuyu
Entrada de Derinkuyu, foto historiacomgosto


Já foram identificadas cerca de 36 cidades subterrâneas na Capadócia e acredita-se que ainda possam existir mais. "Derinkuyu" localizada cerca de 29 km de distância  de Nevsehir é uma das mais conhecidas por ser a maior delas e devido ao seu bom estado de conservação.  

Os Níveis subterrâneos de Derinkuyu

Esquema mostrando os vários níveis subterrâneos da cidade de Derinkuyu
             Trabalho de Omer Demir - Livro "Capadócia Cradle of Hystory"


Derinkuyu tem cerca de 18 a 20 níveis (andares) subterrâneos e um complexo sistema de túneis e dutos de circulação de ar foram construídos para permitir a sua habitação.

Escavada em rocha vulcânica, a sua arquitetura é um tanto rudimentar, embora fossem usados sistemas engenhosos para bloquear a entrada de intrusos, como portas em forma de rodas esculpidas de uma rocha de consistência mais dura, daí supõe-se também que provavelmente essas cidades foram construídas como cidades de defesa.

Foram descobertas mais de 600 saídas à superfície possuindo também um túnel com aproximadamente 8 km de extensão que a conecta com outra cidade subterrânea de Kaymaklı.

Mesmo no verão, onde a temperatura externa é de cerca de 39 graus C, a temperatura interna se mantém em torno de 14 a 15 graus C nos andares superiores, e pode chegar até a 08 graus C nos níveis mais baixo. Estima-se que cerca de 10.000 habitantes em média viviam em Derinkuyu.


Método de Construção


Estima-se que a construção dessas cidades começava  pelos túneis de ventilação. A partir deles faziam-se as salas em um dos níveis e prosseguia-se com a expansão lateral. 

Posteriormente, continuavam com o aprofundamento do canal de ventilação e faziam mais un nível abaixo.  


Esquema mostrando como era a vida na cidade de Derinkuyu
           Trabalho de Omer Demir - Livro "Capadócia Cradle of Hystory" 


O interior das cidades (fotos historiacomgosto)


foto de corredor    foto de sala / local


foto de pedra usada para o fechamento / entrada
Pedra Usada para o fechamento da entrada
foto de sala / quarto
Sala / Quarto 


Modo de Vida


Nas partes subterrâneas viviam as pessoas e também os animais que utilizavam as áreas de entrada para isso. Os dois primeiros níveis eram usados para quartos, cozinhas, depósitos de alimentos, escolas, salas de alimentação, adegas e estábulos. Nos outros níveis inferiores ficavam  os depósitos de armas, os túneis de comunicação.  No nível mais baixo estão o poço de água, a igreja e os túneis de fuga.


O cultivo do vinho e a propriedade dos animais para arar a terra eram coisas bem valorizadas. Os estábulos eram bem amplos e podiam abrigar os animais sem perigo. Um método de fazer vinho com a seleção de uvas, armazenamento em grandes vasos está ilustrado na figura abaixo. 

 foto de pessoas recebendo grãos, separando, armazenando e cozinhando nos vários recintos da cidade subterrânea
          Trabalho de Omer Demir - Livro "Capadócia Cradle of Hystory" 


Salas e Conexões

foto de uma sala com conexão para outras   foto de uma sala bem espaçosa


foto de corredor / passagem interna
foto de Taesik Park / Shutterstock.com


 Utilização


Estima-se que os Hititas utilzavam essas cidades para se esconder quando estavam sendo atacados. Posteriormente elas foram usadas pelos primeiros cristãos que as utilizavam para se proteger das perseguições. Finalmente os turcos as utilizaram quando havia ataques das tribos árabes. As cidades foram abandonadas em torno século VIII.

III - Referências


- Capadocia - Cradle of History - Omer Demir
- Guia Visual Folha de São Paulo - Turquia / Capadócia
- Notas de Viagem