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sábado, 30 de janeiro de 2016

O Retorno do Filho Pródigo - Rembrandt, Museu Hermitage

I - O Retorno do Filho Pródigo - Rembrandt - Museu Hermitage


  • A obra mais famosa do Museu Hermitage e uma das maiores obras primas da humanidade, o quadro "O retorno do filho pródigo" foi pintado por Rembrandt por volta de 1668. Em 1766 o quadro foi adquirido por "Catarina, a Grande" e levado para São Petersburgo onde hoje integra a coleção do Hermitage.


quadro de rembrandt O Retorno do Filho Pródigo, mostra um fundo escuro e no plano mais claro o filho ajoelhado com um pé calçado e o outro descalçao, o pai está em pé acolhendo o filho colocando suas mãos no ombro, e ao fundo três pessoas no fundo escuro que observam
O retorno do filho pródigo, Rembrandt, 1668, Museu hermitage




II - A Parábola do Retorno do Filho do Pródigo


  • A parábola do retorno do filho do pródigo está no contexto dos ensinamentos de Jesus sobre a importância do perdão. Nela temos três personagens principais com suas respectivas ações:

  • a) O filho que, mesmo com o pai ainda vivo, solicita a sua parte da herança e gasta-a toda com jogatinas, mulheres e bebidas. Então ele se vê em apuros sem ter o que vestir, comer e onde dormir. Nesse momento de desespero ele cai em si e se lembra do aconchego da casa paterna e de tudo que ele abandonou.

  • b) O pai que, no seu imenso amor, reparte os seus bens e mesmo com o coração partido deixa o seu filho ir embora. Ainda assim, não pensa duas vezes e se enche de imensa alegria quando esse retorna maltrapilho e de mãos vazias. No seu abraço, o pai é a figura do perdão incomensurável de Deus, esquecendo de todos os pecados do filho e vendo que seu arrependimento é verdadeiro, não lhe exige explicações.

  • c) O irmão mais velho, que permanecendo ao lado do Pai, cumpre as suas obrigações trabalhando e não exigindo nada. Esse, quando vê o seu irmão voltar, não participa da alegria do pai e exprime em palavras tudo o que sentia ao longo de sua vida. Ele cumpria as suas tarefas mas não as fazia com amor e sim por obrigação. Não se sentia à vontade na casa do próprio pai. Esse filho também precisava do perdão e do amor do pai para que os três se entendessem e se amassem.

  • A parábola exprime a supremacia do amor e do perdão versus a ganância e também a obrigação. Alerta para a necessidade de cultivar e explicitar o amor. Não basta não ter conflito, é preciso diálogo, compreensão e amor. É uma das mais belas parábolas da Biblia.


III - Rembrandt


  • Rembrandt Harmenszoon van Rijn, nasceu em Leida, Holanda em 15 de julho de 1606 e faleceu em Amsterdam em 4 de outubro de 1669. Foi um pintor e um dos maiores nomes da história da arte europeia e o mais importante da história holandesa.

  • Filho de dono de moinho, tanto o pai (igreja reformada) como a mãe (católica) eram religiosos. Ele logo cedo demonstrou tendência para a pintura. No final de 1631 mudou-se para Amsterdã e já passou a trabalhar como pintor retratista, obtendo sucesso. Em 1634 casou-se com sua sobrinha Saskia de uma família de respeitável condição financeira. Saskia morrreu em 1646 e Rembrandt passou por um período perturbado em sua vida pois ele a amava muito.

  • Sem ser um bom administrador de seus bens, Rembrandt atolou-se em dívidas sendo forçado a vender até a casa em que morava. De acordo com o testamento de Saskia, Rembrandt para continuar a usufruir de seu dote/herança não podia casar novamente. Rembrandt passou a ter apenas romances não oficiais. Com a sua consciência religiosa, imagina-se que ao pintar o quadro do filho pródigo, Rembrandt fazia também um retrospecto de sua vida, colocando-se como os dois filhos necessitados do perdão do Pai.


IV - Quadro Retorno do Filho Pródigo


  • O quadro é repleto de nuances que merecem ser pontuadas:

  • a) Como característica de toda obra de Rembrandt e dos pintores holandeses do seu tempo, o quadro tem pouca luminosidade. O foco é colocado no abraço do pai no filho mais novo, deixando em segundo plano o irmão mais velho e os empregados.

  • b) A figura do filho maltrapilho, sem cabelos e com um  pé descalço, retrata a humilhação mostrando o filho despojado de toda sua dignidade.

  • c) As mãos do pai tem tamanhos diferentes e pulseiras diferentes, simbolizando as figuras paterna e materna. Por um lado o pai firme e trabalhador e ao mesmo tempo com a ternura e o carinho da mãe.

  • d) O filho mais velho é colocado na mesma cena, mas em plano diferente, demonstrando que não participa da mesma alegria do Pai.

  • e) Entretanto, é o abraço do Pai, que transmitindo todo a ternura do perdão, domina toda a cena e faz a grandiosidade do quadro.

V - O Museu Hermitage


  • É um dos maiores museus do mundo, tanto em quantidade e importância das obras como de área construída. Sua vasta coleção possui ítens de várias épocas da história russa, européia, oriental e do norte da África.
  • O Palácio de Inverno é o maior e mais importante dos prédios do Hermitage, e está intimamente ligado à criação e evolução do museu. Foi construído por ordem da Imperatriz Ana Ivanovna pelo arquiteto Francesco Bartolomeo Rastrelli na década de 1730.  
  • Com a ascensão do neto de Catarina II ao trono, Alexandre I, o Hermitage, que usava parte do palácio de inverno, voltou ao centro do interesse régio, sendo declarado museu palaciano e aberto à visitação pública.  
  • O Museu Hermitage cresceu tanto que agora está distribuído em dez prédios, situados ao longo do rio Neva, dos quais sete constituem por si mesmos monumentos artísticos e históricos de grande importância.  
  • Organizado ao longo de dois séculos e meio, o Hermitage possui hoje um acervo de mais de 3 milhões de peças. O museu mantém ainda um teatro, uma academia musical e projetos subsidiários em outros países. O núcleo inicial da coleção foi formado com a aquisição, pela imperatriz Catarina II, em 1764, de uma coleção de 225 pinturas flamengas e alemãs.



VI - Referências


a) Fontes para o
 Texto:


75 masterpieces every christian should know - Terry Glaspey

Wikipedia - Return of Prodigal Son

Wikipedia - Rembrandt 

Biblia Sagrada - Parábola do Filho Pródigo

b) Fontes para a Foto: 5QFIEhic3owZ-A at Google Cultural Institute


c) Referência para o Museu - Museu Hermitage



d) Referências para Rembrandt

Lição de Anatomia

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Instituto Ricardo Brennand - O Brasil Holandês nos arredores de Recife

1. - Instituto Ricardo Brennand



Entrada principal do Castelo, foto historiacomgosto


Nos arredores de Recife, encontramos o Instituto Ricardo Brennand, instiuição particular, criada pelo industrial pernambucano Ricardo Brennand e sem dúvida um dos melhores museus do Brasil. Com ênfase principal no Brasil Holandês, época em que a área de Pernambuco foi conquistada pela Companhia das Índias e regida pelo Conde Mauricio de Nassau, o museu se divide em quatro grupos principais: Pinacoteca, Museu de Artes, Castelo de Armas e Livraria.

O complexo está instalado em uma área de 100.000 m2 em uma área de Recife, próxima ao Campus da Universidade Federal de Pernambuco.

Mantido pelo industrial, sem fins lucrativos, o Insituto foi montado a partir da coleção de objetos de arte reunidos em mais de 50 anos. Segundo o Industrial, tudo começou com um canivete que ele ganhou quando ainda era pequeno. 

jardins do instituto, foto historiacomgosto

2. - Pinacoteca

Inaugurada em setembro de 2002 com a exposição "Albert Eckhout Volta ao Brasil (1644 – 2002)", atualmente a Pinacoteca apresenta as exposições do acervo, de longa duração: "Frans Post e o Brasil Holandês", "O Oitocentos Brasileiro", “Coleção Janete Costa e Acácio Gil Borsoi” e "O Julgamento de Nicolas Fouquet".


salão principal da pinacoteca, foto historiacomgosto


Com 1.200 m2, auditório para 100 pessoas e tecnologia de controle de temperatura e umidade, o espaço é adequado para receber exposições de grande porte e de alto nível de exigência de controles. O instituto já recebeu a exposição internacional "Albert Eckout volta ao Brasil" na inauguração do seu espaço. 


lateral do instituto, foto historiacomgosto


- Pinturas de Frans Post



Frans Janszoon Post foi um pintor dos Países Baixos que junto com Albert Eckhout integraram a comitiva do Conde Mauricio de Nassau, no século XVII, quando esse governou a região conquistada pelos holandeses a serviço da Companhia Neerlandesa das Indias Ocidentais. Frans Post pintava especialmente as paisagens brasileiras enquanto que Albert Eckhout reproduzia em seus quadros os habitantes da região. 

Frans Post foi então o primeiro paisagista do Novo Mundo e o Insituto Ricardo Brennand possui a maior coleção de suas obras, formada por 15 quadros que representam todas as fases de seu trabalho. 

Em torno do Brasil Holandês o Instituto está constituindo uma grande biblioteca e uma coleção de documentos, mapas e objetos relativos ao período. 


ala das pinturas de Frans Post, foto historiacomgosto


A exposição de Frans Post é dividida em partes. A primeira mostra quatro tapeçarias criadas a partir de desenhos de Albert Eckhout como exemplos de obras de arte das imagens recolhidas no Brasil pelos artistas e cientistas da comitiva de Nassau. A segunda parte apresenta peças relativas a ocupação holandesa no Brasil e focaliza a figura de João Maurício de Nassau-Siegen, mostrando documentos, mapas, objetos, moedas e livros produzidos no século XVII, durante ou logo após sua gestão como Governador Geral dos domínios holandeses no Brasil. A terceira e última parte é dedicada a Frans Post, pintor que acompanhou Nassau em sua estada no Brasil de 1637-1644 e que devotou toda sua vida como artista a pintar a paisagem brasileira. São apresentados os trabalhos que ilustram as diferentes fases de sua carreira artística e também algumas estampas baseadas nos desenhos que foram feitos para o livro de Gaspar Barléu. Fonte: site https://www.institutoricardobrennand.org.br/index.php/exposicoes




3. - Museu de Artes


a) - Gobelins


Os Gobelins são tapeçarias feitas em tecidos ricamente ilustrados com composições da Manufacture Nationale des Gobelins, na França, desde o século XVII e ainda hoje em funcionamento. 

Foram assim chamados em homenagem a Jean e Philibert Gobelin, tintureiros do século XV, cujas oficinas ficavam nas cercanias de Paris. A maioria dos palácios da nobreza européia utilizavam tapetes dos Gobelins em suas paredes. 

Algumas das tapeçarias de Gobelins, feitas no século XVII, retrataram o Brasil Colonial, com sua fauna e flora. Alguns desses tapetes estão em exposição no Instituto conforme mostrado abaixo.


    Gobelin, com cenas mundanas de festas nos palácios, foto historiacomgosto

   Gobelin, retratando a fauna e flora brasileira, foto historiacomgosto
                         

A tapeçaria acima se chama "Le combat des animaux (O combate dos animais)", é um trabalho elaborado a partir das produções de Albert Eckhout, fabricado na Manufatura Real de Gobelins - Tapeçaria da Série Tintures des Indes, na França, no século XVIII.
 

b) Objetos de época


Escrivaninhas, relógios, cômodas e imagens, são alguns dos objetos de época pertencentes à coleção do Museu. 



Contador Holandês do Século XVII

Contador holandês confeccionado em jacarandá, com aplicações em marfim e porcelana reproduzindo cenas de Amsterdã, sustentado por figuras humanas e decoração no estilo renascentista italiano.







c) Esculturas


- Réplica de "O Pensador" de Rodin


O primeira peça de "O Pensador" foi realizada em torno de 1880 e mede  71,5 cm de altura.  Ela fazia parte de uma composição chamada " A portado inferno". A sua primeira exibição foi em Compenhague em 1888. 

Posteriormente, devido ao seu sucesso, Rodin produziu uma versão maior que foi concluida em 1902.  Cerca de 25 réplicas foram reproduzidas usando este molde, alguns durante a vida do escultor, outras posteriormente. 

Na entrada principal da Pinacoteca  está exibida uma réplica de "O Pensador" de Rodin produzida usando um molde do original. 




               Réplica de Rodin - Instituto Ricardo Brennand




- Outras  Esculturas

Valkyrie (Valquíria), foto instituto Brennand


Escultura da artista belga Claire Jeanne R. Colinet, a “Valquíria” representa o espírito feminino na mitologia nórdica e germânica. Guerreiras comumente retratadas cavalgando em corcéis, as valquírias eram responsáveis por conduzir os guerreiros escolhidos por Odin nos campos de batalha para seu castelo na morada dos deuses.








d)  Exposição Temporária - "O Julgamento de Fouquet" 






Nicolas Fouquet

Durante o seu reinado, Luís XIV conhecido como o Rei Sol, nomeou Fouquet como Superintendente das Finanças do Reino, o qual ocupou de 1648 a 1661. Nesse período, Fouquet restabeleceu a credibilidade das finanças do Reino mas, gozando de privilégios, multiplicou a ua fortuna tornando-se um dos homens mais ricos da França.

De olho no cargo de Fouquet, Jean Baptiste Colbert acusou-o junto ao Rei de peculato.  Em uma das festas realizada por Fouquet, para 600 pessoas, onde foram sorteadas armas aos cavelheiros e jóias para as damas, o Rei acabou se convecendo que as denúncias tinham fundamento.

Em 1661, Fouquet foi submetido a uma corte especial. Seu julgamento durou 03 anos e o fim ele foi condenado ao banimento da França com confisco de seus bens pessoais. Insatisfeito com o julgamento, Luís XIV trasnformou o banimento em prisão perpétua.


   
                                          




4. - Castelo São João - Sala de Armas


- Entrada Principal





- Sala de Armas

Criado por Ricardo Brennand para abrigar a coleção de armas brancas, armaduras e obras de arte das mais diferentes procedências e épocas que vem reunindo ao longo de sua vida, o Museu de Armas Castelo São João tornou-se uma das mais importantes coleções particulares do mundo.

Destacam-se na coleção do museu de armas o conjunto de Armaduras Maximiliana de Campo para cavalo e cavaleiro, datada por volta de 1515, a espada pistola alemã de 1590, as espadas que pertenceram ao Rei Faruk do Egito, o conjunto de Fuzis pertencentes a Dom Pedro I e Dom Pedro II e as pinturas de Blaise-Alexandre Desgoffe e William Adolph Buguereau. (fonte: site da instituição)


Guerreiros em armaduras, sala de armas, foto historiacomgosto






5. Inspiração do Fundador Ricardo Brennand


Ricardo Brennand explica que desde criança, quando ganhou de seu pai um canivete, despertou nele a vocação de colecionador. Durante mais de cinquenta anos ele reuniu muitos exemplares de armas brancas ligadas historia do ocidente e do oriente.

Ele construiu então uma réplica de um castelo no estilo gótico Tudor para expor suas raridades que são do século XVI ao século XIX.  Com o passar dos anos resolveu compartilhar a contemplação do acervo com o povo de Pernambuco.

Em 2002 ele inaugurou o instituto Ricardo Brennand formado principalmente pelo Museu de Armas e a Pinacoteca, realizando segundo ele seus sonhos de menino. 

6. Referências

Site da Organização - https://www.institutoricardobrennand.org.br/

Notas de Viagem HistóriacomGosto