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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Belém e o Mercado Ver-o-Peso

1. - Belém


A bela e exótica cidade de Belém foi fundada em 1616, na época do Brasil colônia, como uma porta de circulação de mercadorias da região Amazônica. Na época, os portugueses somente tinham colonizado a capitania do Maranhão, a qual já tinha sido alvo de invasão e domínio pelos franceses. Temendo um  ataque na inexplorada  amazônia, os portugueses enviaram uma missão capitaneada por Francisco Caldeira Castelo Branco e mais 150 homens com o objetivo de ocupar a região.

Tudo começou com a fundação, na baía do Guajará, do Forte do Presépio. A localidade que se criou ao seu redor ficou sendo conhecida como Feliz Lusitânia. O seu nome ainda mudou para Santa Maria do Grão Pará, depois para Santa Maria de Belém do Grão Pará, até chegar ao atual Belém.

A baía de Guajará, onde também está o mercado  Ver-o-Peso, é o encontro da foz do rio Guamá com a foz do rio Acará. Belém  é ainda banhada pelos rio Amazonas e Maguari. Quando chegaram os portugueses, essa área era habitada pelos índios Tupinambás.

belem mercado do ver o peso
Vista do Mercado do Ver-o-peso a partir do forte, foto historiacomgosto



2. - O Porto do Ver o Peso


Devido a grande circulação de mercadoria o  governo criou no ano de 1688 um posto de arrecadação alfandegária que tributava pelo peso dos produtos. Daí surgiu o nome do Porto do Ver-o-Peso. O posto funcionou normalmente até meados de 1839, quando então o seu prédio foi cedido para o funcionamento do mercado central de peixes.

Belem porto do ver o peso

Devido as características geográficas da região, os meios de transporte mais usados na ligação de Belém com as outras cidades são os barcos. Eles transportam tanto mercadorias como pessoas. Os mais comuns são os barcos de médio porte como os vistos na figura ao lado.


3. - Mercado do Ver-o-Peso


Como era natural, desde muito cedo, na região do porto, criou-se um feira onde  se comercializava de tudo, mas principalmente alimentos, vestuários e cerâmicas. Entretanto, foi  na "era da borracha" que investimentos em urbanização  deram ao mercado a sua forma atual.  No ano de 1899  foram construídos o Mercado de Carne e o Mercado de Peixes, utilizando os padrões arquitetônicos europeus da época, onde o ferro tinha uma grande predominância 

O complexo do Ver-o-Peso atualmente compreende uma área de 26.500 m2 e é compreendido por diversos setores como Mercado de Peixes, Mercado de Carne, Feira Livre (frutas  e legumes, área dedicada às extratos e  chás, área para farinhas, grãos e temperos e ainda área de alimentos preparados). Em anexo temos ainda a Feira do Açaí, que devido ao seu grande volume é comercializado separadamente das demais frutas. 

No setor de feiras estão montadas cerca de 1000 barracas estando atualmente todas elas padronizadas. 

O Ver-o-Peso é conhecido internacionalmente e é considerado o maior mercado ao ar livre da América Latina.


Área I - Mercado de Peixes 

O mercado de peixes é construído em estrutura metálica, do lado exterior e interior, ” Tem estrutura toda em ferro trazida da Europa onde a cobertura principal é do tipo ‘marselha’ e as torres do tipo ‘art-noveau’, possuem cobertura em escamas de zinco, sistema ‘Vieille-Montagne’ ” (site "thegreenclub.com.br" / Documentos da Fundação Belém). O mercado foi inaugurado em 1901.

mercado de peixes - ver o peso
Mercado de peixes no Ver o peso, foto historiacomgosto

mercado de peixes ver o peso

O peixe "Filhote" (Piraíba):


Considerado o maior peixe de água doce do Brasil, o Filhote é um dos mais saborosos. Ele é bom para se preparar tanto assado como cozido, pois a sua carne é ao mesmo tempo tenra e consistente. Esse peixe pode pesar até 300 Kg. Até o peso de 60 kg ele é chamado de Filhote, acima disso é conhecido pelo nome de Piraíba e já não é mais indicado para se comer pois sua carne começa a ficar dura. Outros peixes típicos da região são a pescada amarela, tucunaré e pirarucú.

Pirarucú

pirarucú também é um peixe de grandes dimensões e, pode chegar a 3 m de comprimento e pesar até 200 kg. É  muito vendido já salgado e, devido a semelhança de sabores,  é chamado de "Bacalhau da Amazônia".


mercado de peixes - belem ver o peso

Área II - Mercado de Carne


 Inaugurado em 1908, e todo feito de ferro trazido diretamente da Inglaterra, o  "Mercado de Carne"  é de uma riqueza de detalhes surpreendente. Nesse mercado a carne era vendida ao ar livre e sem refrigeração. O Mercado está, agora em 2011,  em fase final de um processo de restauração completa, onde toda estrutura de ferro foi tratada e pintada. A parte de alvenaria foi completamente modificada no seu interior, com a construção de grandes salas, com troca da madeira do piso e teto, que certamente irão abrigar alguns orgãos governamentais. 

mercado de carne - belem mercado do ver o peso

Área III - Feira Livre


Ao lado do mercado de peixes e em frente ao mercado de carnes temos a "Feira Livre", que vende hortaliças, frutas típicas da região, farinhas e ervas medicinais, que prometem a cura para toda espécie de doença.


vendedor de pupunha - belem mercado do ver o peso
Vendedor de pupunha - mercado do ver o peso;


Frutas típicas
Belém é muito conhecida pela grande variedade de frutas típicas somente encontradas nessa região. As mais conhecidas são: Açaí, Cupuaçu, Bacuri, Sapoti, ...,.

Cupuaçu: Com sabor forte o cupuaçu é muito usado para sucos, sorvetes, doces e recheios. O cupuaçu se dá bem em clima tropical com terra fértil e boa retenção de água.

 Açaí: Desde a época dos indígenas, o açaí é considerado uma importante fonte de alimentação. Além de ter poder nutritivo e  ser uma fonte energética,  ele era considerado principalmente uma planta medicinal. O seu uso variava desde o combate as doenças infecciosas até a proteção para doenças cardíacas.  Tradicionalmente servido em cuias e misturado com tapioca, açúcar e/ou mel hoje em dia as suas propriedades energizantes e anti-oxidantes o tornaram muito popular em todo o Brasil. Atualmente se consome principalmente na forma de sucos ou doces.

O açaí é um arbusto perene e nativo da região com frutas pequenas e escuras.


Área de Extratos e Produtos

Na área dos extratos, encontramos de tudo. Xaropes e chás que curam dor nos rins, unha encravada, e até problema de queda de cabelo. Tem ainda porções mágicas que fazem o amor voltar e até o viagra natural.

Área de Alimentação:

Ao lado da feira livre temos um aglomerado de barracas que vendem comidas prontas e iguarias típicas da região na forma do famoso "pf" (prato feito). Aqui é muito encontrado o peixe frito, o arroz de jambu e os sucos de cupuaçu, açaí e bacuri.

peixe frito com arroz de jambu - mercado do ver o peso
Peixe frito com arroz de jambu

barracas padronizadas - mercado do ver o peso Belem
Barracas Padronizadas











Área IV - Feira livre de peixe (área descuidada)

Os peixes não comercializados no mercado central e que estão perto de "passar do ponto", são levados para as calçadas ao lado do mercado e comercializados a um preço menor. Nesse ponto a higiene do local deixa a desejar devido a restos de peixes que são jogadas na baía e atraem urubu que posam e ocupam a área da praia. Diariamente, a prefeitura passa no meio da manhã com caminhões pipas fazendo a limpeza, mas não é suficiente. Observa-se que mesmo no mercado central de peixes, não há câmaras frigoríficas, os peixes são conservados em caixas de isopor com gelo. Gostei muito de Belém mas esse lugar especificamente merece ser melhor cuidado.


area descuidada - mercado do ver o pesoarea descuidada - mercado do ver o peso









Área V - Feira do Açaí

Mais popular e na praça em frente  ao mercado do ver-o-peso temos uma região dedicada ao  comercio do Açaí. Nesse lugar é comum a venda em atacado. O Açaí é tão famoso que existe até bares e restaurantes do Açaí conforme a foto abaixo.


mercado do açaí - mercado do ver o peso
mercado do açaí - Belem ver o peso


Observação: O mercado do ver-o-peso deve ser apreciado a luz das condições e passado da região. A sua variedade de frutas e iguarias é o que é mais interessante.

4. - Cais das Docas


Nem só de passado porém vive Belém. Seguindo uma tradição de modernização de áreas portuárias, como feito em Puerto Madero, Buenos Aires, uma reforma completa foi feita em alguns galpões ao lado do mercado,  criando um centro de gastronomia, artesanato e passeios turísticos. Nessa área está instalada uma excelente cervejaria  e também uma fábrica de sorvetes..

c ais das docas Belemcais das docas Belem


5. - Pratos Típicos da Região


Belém conta com uma culinária de altíssimo padrão e tem vários restaurantes de excelente categoria. É comum  também vários chefes de cozinha famosos em São Paulo, usarem alimentos da região experimentando sabores para seus pratos. Alex Atala (DOM) e Helena Rizzo (Maní) são dois dos mais conhecidos que promovem a cozinha brasileira com temperos da região.

Pratos e Temperos


Moqueca de Filhote - Belem
Moqueca de Filhote com Molho de Tucupi
Tucupi é um molho preparado a base do  sumo da mandioca brava. O molho, que é de cor amarela, precisa permanecer um tempo em  para que haja a separação do amido do líquido. Devido a presença do ácido cianídrico o molho é inicialmente venenoso e por isso precisa ser cozido por várias horas para poder ser usado como tempero.

Tacacá é uma espécie de caldo preparado com tucupi, goma de tapioca, camarão seco e jambu. O jambu é uma folha parecido com agrião porém tem a propriedade de deixar a boca um pouco "anestesiada" principalmente se o tempo de cozimento for pequeno. 

Além do tacacá, o jambu é utilizado nas moquecas de peixe, no pato no tucupi e também em preparos como o arroz de jambu.



Maniçoba - Belem
Maniçoba
Maniçoba


A Maniçoba é um prato de origem indigena com sabor bem acentuado e que lembra um pouco a feijoada. Ela é feita a base de folhas de mandioca moídas e cozidas por cerca de uma semana para a retirada do ácido cianídrico. A esse preparo é acrescentada carne de porco, carne bovina e outros ingredientes sempre defumados e salgados.

        

pato no tucupi - Belem
Pato com molho de tucupi e folha de jambu
Pato no Tucupi                   

O pato no tucupi, como o nome já diz, é preparado com o molho de tucupi, folhas de jambu e cozido por várias horas até que o pato fique bem macio e o jambu perca praticamente seu efeito anestésico. O pato no tucupi é o prato principal a ser comido no almoço no dia da festa do Círio de Nazaré.


6. - Artesanato e Lenda Amazônica - O Muiraquitã


Segundo a crença popular, o muiraquitã era um amuleto fabricado pelas Icamiabas, ou Amazonas, uma comunidade de mulheres guerreiras. Como em suas aldeias não havia homens, uma vez por ano estas mulheres procuravam índios de aldeias vizinhas para perpetuar sua espécie. Conta a lenda que, na noite anterior ao encontro, as Icamiabas festejavam a deusa Iaci (a lua). Dirigiam-se em procissão para um lago onde mergulhavam e traziam do fundo uma espécie de barro verde que modelavam de formas variadas: cilindricas, antropormofas e zoomorfas. Depois davam esses amuletos aos índios com quem acasalavam.

7.  - Cidade das Mangueiras - A chuva


Belém também é chamada de "cidade das mangueiras" devido ao grande numero dessas árvores plantadas em todo lugar. Essa ambundância de árvores traz bastante sombra para as ruas da cidade.


mangueira na praça da catedral da Sé - Belem
Mangueira na Praça da Catedral
Chuva

Devido a alta umidade da região, onde é comum chover todos os dias, diz-se que antigamente se marcavam os encontros tendo como referencia o horário da chuva no final da tarde. "Antes" ou "depois da chuva" eram os termos usados.


8. - Outros Locais Históricos e de  interesse em Belém


Basilica de Nazaré - Belémvitoria regia - Belem

Além do Mercado do Ver-o-Peso, a cidade de Belém é dona de um imenso patrimônio histórico e cultural. Reconhecendo o imenso potencial turístico da cidade, grandes investimentos tem sido feito pelos orgãos governamentais na recuperação de sedes do governo, igrejas e museus.


8.1 - Catedral Metropolitana


A Catedral Metropolitana de Belém ou simplesmente Catedral da Sé é uma igreja católica de estilo neoclássico e barroco. É a sede da Arquidiocese de Belém, na cidade de Belém do Pará e parte integrante do complexo histórico e religioso da cidade velha, denominado Feliz Lusitânia.


Catedral Metropolitana, foto historiacogosto


Em 1719, a Diocese do Maranhão é desmembrada a pedido de D. João V e Belém passa a sediar a recém-criada Diocese do Pará, ganhando direito a honras de Sé Episcopal a sua igreja matriz.

As obras da atual edificação, construída no mesmo local da primitiva igreja, tiveram início no ano de 1748. Data dessa época a planta geral da igreja e os níveis inferiores da fachada, incluindo o portal principal, de feição barroca pombalina.

Em 1882, a decoração interior da igreja sofreu uma reforma radical, ordenada pelo bispo Dom Antônio de Macedo Costa, quando a catedral passou por uma grande alteração.

A Catedral da Sé de Belém foi elevada a sede de arquidiocese em 1906.

A catedral é parte importante da tradicional celebração do Círio de Nazaré, maior procissão do mundo ocidental. Após uma missa na catedral, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré parte em procissão da catedral até a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, acompanhada por centenas de milhares de pessoas.

8.2 -  Teatro da Paz


Inaugurado em 15 de fevereiro de 1878, o Teatro da Paz possui linhas neoclássicas e foi construído no período áureo da exploração da borracha na Amazônia. O seu nome foi sugerido pelo bispo D. Macedo Costa, o qual também lançou a pedra fundamental do edifício, em 3 de março de 1869. 

O nome Theatro da Paz foi dado em homenagem ao fim da guerra do Paraguai.

Para o lançamento oficial do teatro, foi encenada a produção do dramaturgo francês Adolphe d'Ennery, As duas órfãs, pela companhia do pernambucano Vicente Pontes de Oliveira



Teatro da Paz, foto historiacomgosto


8.3 - Forte do Presépio / Forte do Castelo 


O Forte do Castelo do Senhor Santo Cristo do Presépio de Belém, popularmente referido como Forte do Castelo, localiza-se sobre a baía do Guajará, na ponta de Maúri à margem direita da foz do rio Guamá. Domina a entrada do porto e o canal de navegação que costeia a ilha das Onças.


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Antecedentes


Após a conquista de São Luís do Maranhão, em novembro de 1615, por determinação do Capitão-mor da Conquista do Maranhão, Alexandre de Moura, o Capitão-mor da Capitania do Rio Grande do Norte, Francisco Caldeira de Castelo Branco, partiu daquela cidade para a conquista da boca do rio Amazonas, a 25 de dezembro de 1615, com o título de "Descobridor e Primeiro Conquistador do Rio das Amazonas".

Com três embarcações (o patacho Santa Maria da Candelária, o caravelão Santa Maria das Graças, e a lancha grande Assunção) e menos de duzentos homens, a expedição atingiu a baía de Guajará em 12 de janeiro de 1616 levantando, num pequeno cabo de terra à margem esquerda do igarapé Piri, um forte de faxina e terra batizado de Forte do Presépio de Belém.

Núcleo do povoado de Nossa Senhora de Belém que destinava-se a conter eventuais agressões dos indígenas e quaisquer ataques dos corsários ingleses e holandeses que frequentavam a região.

Constitui-se num dos mais procurados pontos turísticos da cidade, por sua localização privilegiada e seu sentido histórico. Integrante do complexo arquitetônico e religioso da cidade velha, a Feliz Lusitânia.

Museu Histórico



8.4 - Casa das onze janelas


O Palacete das Onze Janelas foi construído no século XVIII como residência de Domingos da Costa Bacelar, proprietário de um engenho de açúcar. Em 1768, a casa foi adquirida pelo governo do Grão-Pará para abrigar o Hospital Real. O projeto de adaptação é do arquiteto italiano Antônio José Landi. O hospital funcionou até 1870 e depois a casa passou a ter várias funções militares. Em 2001, o Governo do Estado do Pará assinou com o Exército Brasileiro um convênio, alienando os terrenos da Casa das Onze Janelas e do Forte do Presépio em favor do turismo em Belém, transformando-o em um Museu de Arte.



Casa das onze janelas, foto historiacomgosto

8.5 - Prefeitura / Palácio do Governo

Os dois palácios que sediam a Prefeitura de Belém e o Governo do Estado do Pará são prédios bonitos e de estilos similares.

Prefeitura de Belém, Palácio Antonio Lemos, 1902
Palácio do Governo, 1772


8.6 - Museu Emilio Goeldi


O Museu Emilio Goeldi foi fundado em 1871 com a finalidade de ser um polo de estudos da natureza amazônica. Por sua natureza ele agora está vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, devido possuir acervos de conhecimentos nas áreas de ciências naturais e humanas relacionados à Amazônia, além de promover pesquisas e estudos científicos dos sistemas naturais e culturais da região.

É a mais antiga instituição na região amazônica e reconhecido mundialmente como uma das importantes instituições de investigação científica sobre a Amazônia brasileira.


Museu Emilio Goldi, foto historiacomgosto

 






8.7 - Mangal das Garças


O Mangal das Garças, inaugurado em 12 de janeiro de 2005, está localizado às margens do rio Guamá, em pleno centro histórico de Belém do Pará, no entorno do Arsenal da Marinha. 

O parque ecológico é o resultado da revitalização de uma área de 40.000 m², fazendo uma síntese do ambiente amazônico no coração da capital paraense. As matas de várzea, os animais da região e mais de trezentas espécies de árvores nativas estão presentes no espaço.

O local possui:

- O Museu Amazônico da Navegação.
- Viveiro das Aningas ou Viveiro dos Pássaros,
- O Farol de Belém, com 47 metros de altura,
- O Borboletário (Reserva José Márcio Ayres), numa área de 1.400 m²
- Orquidiário.
- O Criatório e Viveiro de Plantas.
- Manjar das Garças, um dos melhores restaurantes da capital.

O parque naturalístico apresenta as diferentes macrorregiões florísticas do Estado, ou seja, as matas de terra firme, as matas de várzea e os campos

Guarás


Guarás no Mangal das Garças, foto HistoriacomGosto

 
Restaurante / Aningas




Ponte para a praia  / Garças




- Cultivo de Vitória- Régia


Vitórias Régias no Mangal das Garças, foto historiacomgosto

8.8 - Basílica de Nazaré


Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré começou a ser erguida em 1909, no lugar onde foi encontrada a imagem de Nossa Senhora de Nazaré por Plácido José de Souza na cidade de Belém, no estadodo Pará, às margens do Igarapé Murucutu.
Durante o Círio de Nazaré a chamada Imagem Peregrina (uma réplica da imagem encontrada por Plácido, esculpida na década de 1960 pelo italiano Giacomo Muzner, com traços das mulheres amazônicas) sai da Catedral Metropolitana de Belém e segue em procissão até a Basílica.


Basílica de Nazaré, foto HistoriacomGosto

O atual templo, marcado por diversos estilos arquitetônicos, cujos mais fortes são o neoclássico e o eclético, começou a ser construído em 1909, com a colocação de sua pedra fundamental em 24 de outubro daquele ano pelo então arcebispo de Belém Dom Santino Maria Coutinho. Na ocasião, o poeta maranhense Euclides Farias apresentou ao público o hino “Vós sois o lírio mimoso”, que se tornou o hino oficial em louvor à Virgem de Nazaré, por lei considerada como “Rainha da Amazônia”, e que os carrilhões da Basílica tocam todos os dias, às 6h, 12h e 18h.
A Basílica de Nazaré é a única basílica da Amazônia Brasileira. Sua história, seu simbolismo e sua importância religiosa exercem uma profunda influência no imaginário religioso paraense. Elevada no dia 31 de maio de 2006 à categoria de Santuário Mariano Arquidiocesano, passou a denominar-se Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré.


9. - O Círio de Nazaré


Círio de Nazaré é uma manifestação religiosa cristã em devoção a Nossa Senhora de Nazaré, que é celebrado anualmente desde 1793, no segundo domingo de outubro, reunindo cerca de dois milhões de pessoas em todas as romarias e procissões. Uma vocação religiosa herdada dos colonizadores portugueses - em Portugal é celebrado no dia 8 de setembro na vila da Nazaré.

O Círio foi instituído em 1793 em Belém do Pará e, até 1882, saía do Palácio do Governo. Em 1882, o bispo Dom Macedo Costa, em acordo com o Presidente da Província, Justino Ferreira Carneiro, instituiu que a partida do Círio seria da Catedral da Sé, em Belém.

Visão geral do Círio de Nazaré, foto jornal "O Globo"

corda, que sustenta a fé na padroeira dos paraenses, possui a média de 400 metros de comprimento e pesa aproximadamente 700 quilos, de puro sisal torcido, que requer maior sacrifício físico e emocional. Incorporada à celebração em 1868, originalmente substituía a junta de bois que até então puxava a berlinda da imagem; posteriormente passou a ser utilizada para separar a berlinda e o carro dos milagres juntamente com os políticos e signatários, da multidão que a acompanha e assim conservar um equilíbrio perfeito característico da fé aliada a obediência. 


                     A corda, espaço para pagamento de promessas, 
                          foto de Osmar Arouck, Wikimedia Commons


No ano de 2005 a direção do Círio, modificou o formato da corda, que ao invés de contornar a berlinda como normalmente era feito, a corda ainda do mesmo tamanho, veio na forma de um rosário, na tentativa de que não ocorressem atrasos no traslado, como já havia ocorrido anos antes.

O Círio é a maior manifestação cristã do Brasil - e um dos maiores eventos do mundo -, reunindo mais de dois milhões de pessoas em uma só manhã. Sendo, em 2004, reconhecido como patrimônio cultural imaterial pelo Iphan e, em dezembro de 2013, declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.

10. - Referências:


1. - Pará - "L'Amazonie à Nancy" - Publicação bilingue da Secretaria de Cultura do Estado
2. - Blog: AromaseSabores.com
3. - Mercados a Céu Aberto - Deville Star Club
4. - 384 anos de história do Ver-o-Peso -Thegreenclub.com
5. - Wikipedia - Artigos: Ver-o-peso, Filhote, Cupuaçu